Uma análise, que demonstra como os movimentos ocorridos em “junho de 2013” influenciaram o Impeachment e os discursos misóginos contra a presidenta Dilma Rousseff, foi lançada em livro pelo advogado paraibano Rafael Maracajá Antonino e a editora carioca Lumen Juris.
Ao longo da abordagem é retomado todo o percurso que tem seu início com a Copa da Confederações realizada no Brasil, perdurando um processo, que para o autor, ainda não acabou.
Dentro deste contexto ganha evidência os novos movimentos contra corrupção, sendo destaque o MBL (Movimento Brasil Livre) e MCC (Movimento Contra Corrupção). Assim, são analisadas mais de 60 mil imagens por um método inovador que observa a relação quantitativa do engajamento em páginas e perfis virtuais com discursos que circulam na sociedade atual.
“Foi um desafio. Quatro meses de mergulho em dados, imagens, arquivos de jornais e TV, além de quase dois anos para coletar, organizar e sistematizar as informações. Mas, não foi só isto, buscamos construir uma metodologia única que pudesse comprovar o peso de postagens nas redes e sua relação com eventos, fatos e momentos do mundo off-line”, destaca o autor.
Além disso, “Impeachment e Misoginia nas Redes Sociais: decodificando o conservadorismo pós 2013” mostra como as mulheres, ainda, enfrentam a resistência na ocupação dos espaços de poder e como isto ficou evidente com uma presidenta no Palácio do Planalto.
Em linha gerais, três grandes eixos são trabalhados analiticamente no livro. O primeiro deles é a demonstração que o ano de 2013 ainda não acabou para os brasileiros; o segundo é a correlação do Impeachment e a tentativa de convencimento da necessidade de prisão do ex-presidente Lula; e por fim, os discursos machistas e misóginos evidenciados com Dilma, mas que milhões de mulheres convivem de forma silenciosa cotidianamente.
Rafael Maracajá Antonino, além de advogado militante na área previdenciária, é mestre e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Campina Grande. Atualmente tem desenvolvido estudos sobre articulação Neoconservadora nas Redes Sociais, além da compreensão de novos métodos de pesquisas relacionados à Internet.