As denúncias de coação eleitoral aumentaram consideravelmente junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Já são mais de 200 denúncias em 14 estados brasileiros de que donos de empresas tentam influenciar os votos de seus subordinados valendo-se da posição hierárquica de poder.
Setores do empresariado comungam com pautas defendidas pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe de governo, como o fim de 1/3 de férias e até mesmo do 13º salário, como foi abertamente defendido vice candidato a presidente de Bolsonaro, general Mourão. Aqui mesmo na Paraíba recebi dois relatos de empregados de empresas familiares, que estariam pressionando os trabalhadores a votarem em Bolsonaro. Esses casos, hoje isolados, não podem se tornar regra do nosso país.
A atitude é lamentável, pois os acusados se utilizam do poder e superioridade para constranger os trabalhadores a votarem determinado candidato que, convenhamos se identifica com a pauta da retirada de direitos e a liberdade individual dos trabalhadores de contestarem as reformas impostas pelo governo Temer. Desde a implantação da reforma trabalhista, os trabalhadores vêm sendo prejudicados pelo fator em que o acordo entre patrão e empregado prevalece sobre o legislado. A corda sempre rompe do lado dos mais fracos.
Esse tipo de coação é abominável, isso vale para qualquer candidato, seja ele Haddad, Bolsonaro ou Zé Preá. Neste período eleitoral em que grupos políticos na eminência de assumirem a presidência atingem frontalmente o estado democrático de direito, ameaçam fechar o Supremo Tribunal Federal (STF), ameaçam adversários e incitam a violência não é de se admiram que seus seguidores movidos pelo ódio se utilizem de meios cruéis para impor suas preferências políticas, religiosas e de gênero travestido pelo “manto sagrado” do combate a corrupção.
Estamos à beira do tenebroso abismo da intolerância e do ódio para resolver os problemas sociais. Enquanto a educação, o amor e o respeito não prevalecer, o nosso Brasil, marcado pela diversidade cultural, religiosa e étnica não avançará e dá passos largos rumo a uma ditadura militar.