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A resposta do Nordeste, diante da onda conservadora que invadiu o país

Os estados do Nordeste, além do Pará e Tocantins, não seguiram a tendência do Sul, Sudeste e Centro Oeste e deram vitórias ao candidato petista Fernando Haddad, derrotado nas eleições deste domingo (28) pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). A força dos governadores eleitos no Nordeste refletiram na expressiva votação, a exemplo da Paraíba, onde Haddad venceu com quase 65%, enquanto Bolsonaro: 35,02%.

No que pese a vitória de Bolsonaro nas capitais de alguns estados nordestinos, a exemplo de de Natal, João Pessoa e Maceió, Haddad venceu em Salvador, Recife e Fortaleza, maiores metrópoles  da região. A influencia dos governadores e governadores eleitos no Nordeste foi fundamental, como por exemplo, o empenho do governador Ricardo Coutinho e do seu sucessos João Azevêdo, ambos do PSB, que aumentaram em quase 20% a vitória de Haddad obtida no primeiro turno.

Na Paraíba Haddad só perdeu em João Pessoa, Cabedelo e Campina Grande, mas venceu em 220 municípios na maioria deles com mais de 80%, a exemplo de Sumé com 7.866 votos para o petista e 1888 para Bolsonaro, no Congo, 3.086 Haddad e 613 Bolsonaro, além de Catolé do Rocha onde Haddad teve 75% dos votos e Cajazeiras 81%. Essa tendência também foi verificada nos rincões da região Nordeste.

Outro fator determinante para o desempenho do petista na região foram as marcas deixadas pelo ex-presidente Lula nos municípios, principalmente no interior, onde as políticas sociais e as ações governamentais não chegavam de forma efetiva até 2002. Na realidade ficou, claro que o Nordeste deu um exemplo de resistência democrática e fechou majoritariamente com o candidato petista, contrariando a posição majoritária dos estados do Sul, Sudeste e Centro Oeste que deram expressiva votação para Bolsonaro.

O fenômeno mundial de governos mais conservadores chegou forte no Brasil, com um candidato militar linha dura e promessas de combate à violência , defesa da família e combate a corrupção. A sociedade espera respostas efetivas de Bolsonaro, que terá como primeiro desafio conquistar a governabilidade diante de posições extremas como o porte de armas e fim das indicações políticas para os ministérios.

Num contexto geral existe uma divisão regional muito nítida que exigirá do presidente eleito muito equilíbrio e responsabilidade democrática na forma de governar. Acentuar essas diferenças não seria algo inteligente e provocaria riscos ao futuro do País. Os Nordestinos não aceitariam um governo de perseguição, cortes em programas sociais e o retorno de uma política que deixou a região à margem do desenvolvimento do Brasil. As comunidades das periferias das grandes cidades também esperam tratamento respeitoso a pretos, mulheres e homossexuais, sem intolerância em relação a raça, credo ou gênero. Mais amor e menos ódio, é o que todos os homens e mulheres de bem querem e necessitam para reerguerem o País em bases democráticas.

 

Veja os resultados:

 

1° Turno

PB

Haddad: 45,46%

Bolsonaro: 31,30%

 

2° Turno

PB

Haddad: 64,98%

Bolsonaro: 35,02%

 

1° Turno

MA

Haddad: 61,26%

Bolsonaro: 24,28%

 

2° Turno

MA

Haddad: 73,26%

Bolsonaro: 26,74%

 

1° Turno

PI

Haddad: 63,40%

Bolsonaro: 18,76%

 

2° Turno

PI

Haddad: 77,05%

Bolsonaro: 22,95%

 

1° Turno

CE

Haddad: 33,12%

Bolsonaro: 21,74%

 

2° Turno

CE

Haddad: 71,11%

Bolsonaro: 28,89%

 

 

1° Turno

RN

Haddad: 41,19%

Bolsonaro: 30,21%

 

2° Turno

RN

Haddad: 63,41%

Bolsonaro: 36,59%

 

1° Turno

PE

Haddad: 48,87%

Bolsonaro: 30,57%

 

2° Turno

PE

Haddad: 66,50%

Bolsonaro: 33,50%

 

1° Turno

AL

Haddad: 44,75%

Bolsonaro: 34,40%

 

2° Turno

AL

Haddad: 59,92%

Bolsonaro: 40,08%

 

1° Turno

SE

Haddad: 50,09%

Bolsonaro: 27,21%

 

2° Turno

SE

Haddad: 67,54%

Bolsonaro: 32,46%

 

1° Turno

BA

Haddad: 60,28%

Bolsonaro: 23,41%

 

2° Turno

BA

Haddad: 72,69%

Bolsonaro: 27,31              %

 

Clóvis Gaião

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