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O novo Brasil que celebra torturadores e tenta apagar a história dos verdadeiros heróis

O Brasil vive tempos sombrios. Não apenas pelos desastres recentes ocorridos em Brumadinho, no Rio de Janeiro e a trágica morte do brilhante jornalista, Ricardo Boechat. Vivemos um tempo estranho de um governo em que o próprio presidente celebra a história de um dos maiores torturadores do país, Brilhante Ustra, e um ministro do Meio Ambiente (que não merece sequer ter seu nome citado), desdenha e tenta apagar a história do maior defensor da Amazônia, Chico Mendes, um mártir que deu sua vida por esta causa.

Um governo Federal sem rumo liderado por um falastrão, por um ministro tecnocrata e ministros escalados meticulosamente para destruir avanços conquistados nas últimas décadas. Numa canetada só se extingue o ministério da Cultura, afinal, pra quê promover a arte e a cultura? O Ministério do Trabalho também, afinal, “os brasileiros têm que optar se querem o emprego ou os direitos”.
Ah sim… tem o Ministro do Meio Ambiente, que defende o agronegócio em detrimento da preservação das nossas florestas. E a Ministra Damares, que ficará na história por decretar: menino veste azul e menina veste rosa. A lista de absurdos é grande, a exemplo da política externa, que compra uma briga desnecessária com o mundo árabe com reflexos em nossa economia.

É um momento perigoso e delicado para o país que já tem na vice-presidência um general do Exército e possui quase metade dos ministros militares das Forças Armadas. Em pouco mais de 40 dias
estamos caminhando para uma espécie de “ditadura branca”. Uma vez que existe uma falsa sensação de liberdade, o que se contrapõe a essência do conceito de Estado democrático: a seguridade dos direitos fundamentais do cidadão. É como se, por uma falência do sistema democrático brasileiro, essa grande locomotiva chamada Brasil começasse a andar para trás como muitos queriam.

Após 17 dias no hospital, o Brasil espera que o presidente Bolsonaro finalmente assuma o comando desse país e apresente um plano econômico convincente que gere empregos e oportunidades e não se limite a retirar direitos dos que mais precisam. Os milhões de brasileiros esperam uma resposta e não apenas frases de efeito e chavões pra jogar para a galera.

O maior líder popular do Brasil já encontra-se preso, condenado, por um novo preceito jurídico criado pelos jovens procuradores da Lava Jato: a presunção de culpa. Não existem provas materiais, mas um conjunto de delações muito bem recompensadas, para condenar o alvo principal da operação, o ex-presidente Lula. O Justiceiro da Capa Preta já fez seu papel e prendeu Lula e agora mudou de lado e está defendendo com unhas e dentes o atual governo.

Deixo uma reflexão para meus leitores. Por que o Brasil convive com tantas tragédias e caos. Quem sou eu para responder…. Mas isso pode ser reflexo de uma nação que trocou os livros pelas armas, a paz pela guerra, a cultura pelo mercado, a liberdade pela opressão, a paz pela guerra, a natureza pelo lucro, o futuro por um passado marcado por sangue e luto. E Finalizo com uma canção reveladora de Luiz Gonzaga:

“Não posso respirar, não posso mais nadar.
A terra tá morrendo, não dá mais pra plantar
Se planta não nasce se nasce não dá
Até pinga da boa é difícil de encontrar….
Cadê a flor que estava ali?
Poluição comeu.
E o peixe que é do mar?
Poluição comeu
E o verde onde que está?
Poluição comeu
Nem o Chico Mendes sobreviveu”

Clóvis Gaião

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