As declarações preconceituosas do presidente Jair Bolsonaro ao chamar os governadores nordestinos de “Paraíba” e que não deve liberar nada para o governador Flávio Dino, do Maranhão, só demonstra que o chefe do executivo federal não está preparado para ocupar o mais alto cargo político do país.
Além de chamar atenção pela grosseria e perseguição aos governadores do Nordeste por serem oposição ao seu governo, a declaração estapafúrdia do presidente também nos faz refletir sobre os poucos investimentos e até a suspensão de obras e investimentos importantes para o Estado da Paraíba.
Na Paraíba, as obras da Transposição do Rio São Francisco no eixo Norte no Sertão estão paralisadas há meses e, até o eixo Leste, em Monteiro, entregue no governo de Michel Temer está há mais de 5 meses sem receber bombeamento e corre risco de ser inviabilizada devido as rachaduras. O prejuízo é grande e a tentativa vã de acabar com o legado do presidente Lula como idealizador da Transposição do Rio São Francisco acaba prejudicando as populações de 38 municípios de Pernambuco e da Paraíba, incluindo Campina Grande.
Os cortes também atingiram as universidades federais da Paraíba e o IFPB que perderam mais de R$ 100 milhões e devem ter o seu pleno funcionamento inviabilizados a partir de outubro. A educação básica, programas sociais como o Minha Casa Minha Vida e os contingenciamentos como o Seguro Safra para agricultores também foram reduzidos com os contingenciamentos, enquanto o presidente insiste em não querer ver que há fome e miséria do país.
O Nordestino e o Paraibano exigirão um tratamento Republicano por parte do presidente, pois essa gente forte e lutadora não aceitará perseguição pelo fato das lideranças estaduais pensarem diferente de suas ideias. O Brasil não tem dono, o Nordeste não tem dono, e mesmo em nossa tão combalida democracia, essa “Nação Nordestina” identificada com suas raízes regionais não vão admitir atitudes de abandono a sua pauta desenvolvimentista verificada na última década.
Não é a toa que a rejeição do presidente Bolsonaro na Paraíba passa dos 61% e a aprovação é de apenas 18,4% e olha que no período da pesquisa, entre 14 e 16 de julho, o presidente não havia chamado nordestinos de “Paraíba” para insultar os governadores Flavio Dino (Maranhão) e João Azevêdo (Paraíba). É um sinal claro que a população está insatisfeita com as ações dos sete primeiros meses do governo Federal e, mais ainda, com a língua do presidente. O Nordeste e a Paraíba merecem respeito.