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Deputados da oposição ensaiam golpe, mas geram reações em defesa da democracia

O pedido de impeachment apresentado pelos deputados da bancada de oposição vem gerando estranheza e indignação dos defensores da democracia.  Num “deja vu” coletivo, os nobres parlamentares querem reviver o fatídico mês de agosto de 2016 e tentam repetir o golpe contra a então presidente Dilma Rousseff agora em terras Tabajaras.  O roteiro desta vez, porém, mas parece um “dramalhão mexicano” numa clara tentativa de empreender um golpe político duplo, atingindo o governador João Azevêdo e a vice-governadora, Lígia Feliciano, algo até então inédito na história da Paraíba e do Brasil.

A trama é tão tosca que o pedido, sem qualquer embasamento jurídico, tenta atribuir crime de responsabilidade ao governador e a vice-governadora sem que sequer tenham sido acusados ou condenados por qualquer tribunal.  O autor dessa proeza, o deputado Walber Virgulino, alega que o governador não teria tomado providencias quanto às organizações sociais, o que não procede, já que a Cruz Vermelha, investigada na Operação Calvário, teve seu contrato cancelado em fevereiro do ano passado e o governo encaminhou para a Assembleia Legislativa, no ano passado, a Lei criando a Fundação Paraíba Saúde que substituirá as organizações sociais.

É como se 12 deputados simplesmente, como se fossem donos do voto dos paraibanos, tentem derrubar os representantes eleitos para atenderem suas conveniências políticas e com uma ação esdrúxula que não atende sequer ao regimento interno da Assembleia Legislativa. Outro aspecto questionável, do ponto de vista regimental, é que os supostos crimes investigados sequer ocorreram na atual gestão. É como se diz lá pelos Cariris, tem caroço nesse angú!

Os paraibanos estão de olhos abertos. As reações já aparecem de todos os lados com a manifestação contra o golpe de 12 partidos aliados do governo estadual. O deputado federal Damião Feliciano foi o primeiro a denunciar a tentativa de golpe.  Depois vieram os parlamentares contrários da bancada governista como Jeová Campos e também do grupo G11, como deputada Polyana Dutra. A deputada, que é presidente da Comissão de Constitucional de Justiça (CCJ), considerou que a matéria é “natimorta” e que não deverá avançar. Até mesmo em postagens de grupos de direita, os comentários contra o golpe são visivelmente maiores que os a favor.

Como cidadão paraibano acredito que a Assembleia Legislativa da Paraíba, presidida pelo experiente deputado Adriano Galdino, saberá conduzir o pedido de impeachment da bancada de oposição de forma equilibrada e com a responsabilidade que lhe é inerente, pois a Paraíba não pode perder a sua governabilidade e a boa relação entre os poderes constituídos. A democracia está em jogo e os paraibanos que foram às urnas e elegeram seus representantes nas urnas merecem respeito. A Paraíba avança como poucos estados do País e não pode retroceder. Chega de tapetão!       

Clóvis Gaião

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