O presidente Jair Bolsonaro escancarou de vez e intensifica a ofensiva para atrair os 200 deputados do “centrão” com uma bandeja repleta de cargos. Após dar um “cala a boca” nos lideres do PP dando a superintendência do DNOCS, e dos Republicanos, antigo PRB, com a secretaria de mobilidade urbana do Ministério do Desenvolvimento Regional, agora é a vez de acomodar o Partido Liberal (PL), antigo PR, com a Diretoria de Ações Educacionais do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e uma diretoria na Furnas ao ex-deputado Carlos Marun (MDB).
A indicação do advogado Garighan Amarante está sendo creditada na conta do deputado federal paraibano Wellignton Roberto e do ex-deputado federal Waldemar da Costa Neto condenado no caso do mensalão. Amarante foi assessor de Wellignton Roberto na Câmara Federal. A diretoria geral do FNDE também está na mira do PP, do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, outro paraibano a transitar bem nos corredores do Planalto.
Aqui na Paraíba o loteamento politico dos cargos federais já é mais antigo tenho como parlamentares aquinhoados Aguinaldo Ribeiro com a Funasa, Efraim Filho com o DNIT e Pedro Cunha Lima (PSDB), que emplacou o cunhado na Sudene. Essa “farra” com a distribuição dos cargos públicos é uma prática antiga na política brasileira, e não tem sido diferente no governo do presidente Jair Bolsonaro, que vendo a sua popularidade despencar e os tribunais se aproximarem do seu calcanhar vê os ministérios e órgãos um “cabide” em que ele próprio pode se segurar. É uma tática de guerra para se manter no cargo diante dos inúmeros pedidos de impeachment e da investigação de interferência na Polícia Federal por motivos familiares.
Resta saber se os bolsonaristas mais apaixonados vão continuar vendo no “mito” como o político que iria acabar com o fisiologismo e o aparelhamento estatal. Nas primeiras ameaças de sua governabilidade, provocada por atitudes transloucadas do próprio presidente e seus filhos como a defesa pelo fim do isolamento social em meio uma terrível pandemia, Bolsonaro sabe muito bem a que práticas se agarrar, o que mostra a cada dia sua verdadeira face.
E assim caminha Bolsonaro para concluir o segundo ano de um mandato marcado por polêmicas, atitudes anti-democráticas, baixo investimento social, queda histórica do PIB, desemprego e uma defesa absurda do fim isolamento social, enquanto o Brasil chora mais de 17 mil mortos e a triste marca do 3º país em número de casos de Covid-19 no mundo.