A decisão do PDT, dos Felicianos, contrária a do governador João Azevêdo (Cidadania) nas principais cidades do Estado criou um abismo na relação entre as duas lideranças. O partido da vice-governadora Lígia Feliciano, mesmo tendo o filho como secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo e espaços estratégicos no governo do Estado, decidiu bater de frente com João Azevêdo, que fechou apoio com Cícero Lucena (PP), indicando a filha como candidata a vice de Edilma Freire (PV).
O mal estar no Palácio da Redenção é visível, pois o governador João Azevêdo sempre deu total protagonismo a vice-governadora que representou o governo em várias ocasiões como premiações e no lançamento de programas de governo, a exemplo das políticas públicas para as mulheres. Da mesma forma, Gustavo Feliciano na secretaria de Desenvolvimento Econômico também com forte representatividade no governo. Neste contexto, indicar a vice da candidata de Cartaxo, um adversário histórico do governador, azedou a relação.
Em João Pessoa, dentre os partidos aliados do governo do Estado apenas o PDT adotou estratégias totalmente contrárias a orientação do governo, já que partidos aliados como o DEM e PT, já haviam lançado candidaturas anteriormente. Por outro lado, PTB, Avante, PRTB, PMN e até o novo aliado, o Republicanos, seguiram fielmente a decisão de João Azevêdo, que claro, tem como foco o fortalecimento do projeto político que administra o Estado.
A questão é que as divergências de agora podem ter reflexo nas eleições de 2022, quando João Azevêdo precisará ter consolidado um amplo arco de alianças e caminhar com um companheiro de chapa alinhado politicamente. É claro, que tudo isso dependerá dos resultados eleitorais, principalmente de João Pessoa e Campina Grande. As eleições de novembro serão decisivas para nova configuração geopolítica do Estado.