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Game Over: Gaeco cumpre mandados em Campina contra organização que explorava jogos de azar e apostas

Uma força-tarefa composta pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Pernambuco (Gaeco/MPPE) e pela Diretoria Geral de Operações Estratégicas da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), com apoio do Ministério Público da Paraíba (MPPB), da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) e da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) cumpre, na manhã desta terça-feira (21), 17 mandados de busca e apreensão em desfavor de oito empresas e seis pessoas físicas. As buscas ocorrem nas cidades de Taquaritinga do Norte, Caruaru, Campina Grande, Santa Cruz do Capibaribe e Vitória de Santo Antão.

Os alvos da Operação Game Over são os integrantes de uma organização criminosa que explora loterias eletrônicas, jogos de azar e bancas de apostas. Em Campina mandatos foram cumpridos em um edifício localizado no bairro da Prata.

Conforme apurado nas investigações, que tiveram início no ano de 2018, o esquema ilícito foi montado a partir da criação de uma plataforma que permite a exploração de apostas em resultados de jogos de futebol denominada “MARJOSPORTS”, proporcionando ao proprietário e demais investigados ganhos milionários. Esses recursos, em seguida, são convertidos em ativos imobiliários e na criação de outras empresas a partir dos lucros ilicitamente auferidos, com a finalidade de lavar o dinheiro e conferir-lhes a aparência de legalidade.

“Esse trabalho é a primeira operação realizada após a criação da força-tarefa entre Ministério Público e Secretaria da Fazenda, operacionalizada através do Gaeco e a Diretoria Geral de Operações Estratégicas da Secretaria Estadual da Fazenda mediante termo de cooperação técnica”, ressaltou o coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Frederico Magalhães.

De acordo com o MPPE, foi apurada movimentação superior a 400 milhões de reais nos últimos cinco anos por meio de várias empresas que deram início a suas atividades bancárias sem possuírem patrimônio anterior declarado.

Ainda conforme os promotores do Gaeco, a organização era divulgada por artistas e chegou a patrocinar times de futebol da Série A do Brasileirão.

“A exploração de jogos de azar promovia um estilo de vida luxuoso para os integrantes da organização, em detrimento de outras modalidades de jogos permitidos que recolhem impostos que são transferidos para o bem comum da sociedade”, afirmou o Gaeco.

Os alvos da operação estão sendo investigados pela prática dos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores; crimes contra a ordem econômica; crimes contra a ordem tributária; crimes contra as relações de consumo e promoção, constituição, financiamento ou integração de organização criminosa.

Participam da Operação Game Over 10 promotores de Justiça e 15 servidores do Gaeco/MPPE; um promotor de Justiça e 9 policiais do GAECO/MPPB; e agentes da Polícia Civil, com apoio de policiais militares.

A operação contou ainda com a participação de auditores da Sefaz; da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro) e do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil de Pernambuco.

Apreensões – na chácara do líder do grupo, localizada na zona rural de Taquaritinga do Norte, foram encontrados celulares e documentos para a comprovação dos ilícitos, além de máquinas caça-níqueis.Também foi localizado um bunker com 45 computadores que davam suporte à operação de jogos online do grupo criminoso.

Nos demais endereços foram recolhidos documentos contábeis, cheques, telefones celulares, notebooks, material de propaganda, wallets de criptomoedas e dinheiro, sendo a quantia mais relevante o valor de R$ 130 mil em espécie na sede de uma das empresas. 

MPPE

Clóvis Gaião

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