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Federação dos partidos engessam formação das alianças majoritárias na Paraíba

O quadro para a sucessão estadual começa a se desenhar na Paraíba em meio as indefinições da regra eleitoral quanto a formação das federações partidárias. Enquanto nomes como João Azevêdo, candidato à reeleição, Pedro Cunha Lima (PSDB), Lígia Feliciano (PDT), Nilvan Ferreira (PTB) e Luciano Cartaxo, estão colocados na disputa pela cadeira do Palácio da Redenção, as discussões em torno da federação de partidos correm solta pelas direções nacionais e devem influir decisivamente no quadro partidário aqui na Paraíba.

A junção dos partidos PSDB, o Cidadania está na pauta política das duas legendas. Em se consolidando criaria vários impasses nos Estados, a exemplo da Paraíba, onde o único governador do partido do país, João Azevêdo é candidato à reeleição, e o deputado federal Pedro Cunha Lima colocou seu nome como pré-candidato a governador pela oposição. Uma união praticamente impossível entre João e os tucanos na Paraíba.  

 O próprio governador João Azevêdo já deu a senha  e disse que caso as cúpulas dos partidos decidam manter a pré-candidatura de Pedro em uma federação terá que encontrar alternativas. Sairei eu, ou sairão os outros [lideranças estaduais do PSDB]. Não há outra forma, não tem como ter uma convivência, até porque dentro de uma federação não pode ter duas candidaturas. Essa discussão vamos ter que resolver”, concluiu João Azevêdo.

Por outro lado, a formação de uma federação envolvendo o PT, PSB, PC do B e PV também pode refletir na Paraíba com a possibilidade de união de lideranças como o ex-governador Ricardo Coutinho e o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, recém filiados ao PT, com o grupo do deputado federal Gervásio Maia (PSB), mais próximo hoje da base do governador João Azevêdo. Dentre os partidos se discute o nome de Luciano Cartaxo como opção para o governo e até mesmo de Lígia Feliciano, que pode vir a se filiar ao PT, como opção a disputa pelo executivo estadual, mas a viabilização deles dependerá de desempenho melhor nas pesquisas internas, já que o presidenciável Lula precisa de palanque competitivo no Estado.

As federações serão verticalizadas e obrigaram aos partidos nos Estados a se manterem unidos por pelo menos os 4 anos do exercício dos mandatos eletivos.  Recentemente os Democratas e o PSL iniciaram processo de fusão e em muitos estados, a exemplo da Paraíba, as direções estaduais sequer foram definidas. A proposta tenta unir partidos mais próximos no campo ideológico , mas na prática as alianças são circunstanciais e baseadas na necessidade de sobrevivência política com o fim das coligações.

As federações ou fusões, se por um lado torna as alianças mais programáticas e longevas, por outro lado, cria impasses muitas vezes insuperáveis na formação dos palanques colocando antigos adversários no mesmo palanque. O resultado de todo esse imbróglio só deverá se definir lá para os meses de abril, maio e até mesmo em agosto no prazo das convenções partidárias.  

Clóvis Gaião

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