O ex-ministro da Justiça e pré-candidato a presidente da República, Sérgio Moro (Podemos), criticou as decisões do ministro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga, na gestão da pandemia. Para o também ex-juiz em entrevista concedida a rádio Arapuna FM nesta sexta-feira (7), as medidas não são tomadas para atender a população, mas, sim, os caprichos do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Moro disse que a decisão de ter retardado a vacinação entre crianças e 5 a 11 anos foi um erro grave. “E por que o ministro fez isso? Para atender um capricho do presidente. Ao invés dele tomar a decisão correta, de cumprir a sua função. Eu saí do Governo por conta disso. Eu não estava lá para servir o presidente, eu estava lá para servir o meu País. O interesse das pessoas está acima do interesse do presidente”, disse.
Vazamento ilegal das conversas entre Dilma e Lula
O ex-juiz afirmou que não se arrepende de ter retirado o sigilo e divulgado à imprensa interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março de 2016. As conversas gravadas pela Polícia Federal incluem diálogo com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que o nomeou como ministro chefe da Casa Civil com o intuito de supostamente ter foro privilegiado e evitar a sua prisão.
Ele reafirmou a posição e apontou que o diálogo era “sombrio” e um atesto de proteção contra a corrupção. Questionado se o ato foi político, ele desviou da pergunta: “Eu tenho total orgulho do que fiz na Lava Jato. O processo tem que ser público, aberto, não cabe a Justiça ficar escondendo diálogo sombrio dos nossos governantes”, afirmou.