O chefe do esquema de manipulação de jogos do futebol brasileiro, Bruno Lopez, denunciado pelo Ministério Público de Goiás, afirmou que tinha contato com o oito jogadores do Botafogo para fazerem parte da fraude. De acordo com troca de mensagens obtidas pelas investigações, ele afirma que os “mlks tão doidos” e que eles “vão arrumar vários aqui já pra semana que vem”.
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Apesar de citado pelo chefe do esquema, não há nome de jogador do Botafogo denunciado ou que conste no processo, ao contrário de outros times da Série A, como mostra planilha que previa pagamentos de até R$ 80 mil aos atletas que aceitassem o esquema.
A troca de mensagens envolvendo BL, como é conhecido o acusado de ser o chefe da quadrilha, foi feita no dia 10 de setembro de 2022. Naquele mesmo dia, o meio-campo Nathan, então no Fluminense, havia fechado acordo para levar um cartão amarelo no jogo contra o Fortaleza. Porém, ele ficou no banco de reservas o que revoltou os integrantes da quadrilha.
O Botafogo rejeitou a associação ao clube. Em nota divulgada na tarde desta quarta, o alvinegro afirma que “no material apresentado como base para o processo não citam nomes de atletas, não se sabe se é o Botafogo ou homônimo de outro estado e não podemos aceitar que julguem os nossos jogadores a partir de uma pessoa que está longe de ser qualquer exemplo de credibilidade para alguém. É preciso agir com serenidade, aguardar as investigações, apoiá-la e tomar providências caso necessário”.
Contudo, durante as semanas anteriores e posteriores à citação sobre o Botafogo, os apostadores trabalharam exclusivamente em jogos da Série A do Brasileirão, que por sua vez, é um dos únicos campeonatos que abre mercado de cartões amarelos para apostas nos sites utilizados pela quadrilha.
A conversa se dá no contexto da celebração após mais uma aposta dar certo, envolvendo os jogadores de Coritiba, Athletico, Ceará e Juventude, todos na primeira divisão em 2022. Como o jogo do Botafogo de Ribeirão Preto ou da Paraíba acontecem da terceira divisão para baixo, onde os sites não abrem apostas para cartões amarelos, tudo aponta para que o clube citado seja o carioca, e não os homônimos menos tradicionais.
Jogadores profissionais cooptados receberiam valores entre R$ 50 mil a R$ 100 mil
Até o momento foram 16 pessoas denunciadas, sendo 7 jogadores: Eduardo Bauermann (Santos), Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Victor Ramos (Chapecoense), Igor Cariús (Sport), Paulo Miranda (Náutico), Fernando Neto (São Bernardo) e Matheus Gomes (Sergipe). Outros atletas fizeram acordo com o MP. São eles: Kevin Lomónaco, do Bragantino; Moraes, ex-Juventude e hoje Atlético-GO; Nikolas Farias, zagueiro do Novo Hamburgo-RS; e Jarro Pedroso, atacante do Inter de Santa Maria-RS. Ao todo, mais de 100 jogadores foram citados nas investigações.
Fonte: Globo.com