A população quilombola residente na Paraíba é de 16.584 pessoas, de acordo com os Primeiros Resultados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE, nesta quinta-feira (27). Essas são as primeiras estatísticas oficiais sobre a população quilombola na história do país e apontam que, no total de habitantes do estado, o grupo representava cerca de 0,4%.
Já entre os municípios paraibanos, o que contava com a maior quantidade de residentes quilombolas era o Conde, com cerca de 3 mil pessoas. Em seguida, estavam João Pessoa, com 2.260; Cacimbas, com 1.698; Santa Luzia, com 1.324; e Alagoa Grande, com 946. Ao todo, 51 municípios da Paraíba tinham população quilombola.
Em relação à presença de pessoas quilombolas no total da população de cada município, o levantamento indica que os que apresentaram as maiores proporções foram: Cacimbas (23,5%); Conde (10,9%); Diamante (9,4%); Santa Luzia (8,9%); Riachão do Bacamarte (8,8%); e Dona Inês (7,8%). Na capital paraibana, por sua vez, esse percentual foi de 0,3%.
Para a pesquisa,foram considerados como quilombolas todos aqueles que se identificaram assim durante a aplicação do questionário, nas localidades previamente identificadas.
No cenário nacional, a Paraíba apresentou o 14º maior contingente de pessoas quilombolas. Entre os estados da região Nordeste, ocupou a última posição. Os maiores quantitativos de quilombolas foram verificados na Bahia (397 mil), no Maranhão (269 mil), em Minas Gerais (135,3mil) e no Pará (135 mil).
Na Paraíba, a média de moradores em domicílios particulares permanentes ocupados com pelo menos um residente quilombola era de 3,1 pessoas. O número ficou acima da média geral paraibana de moradores em domicílios permanentes ocupados (2,9). Já a média de moradores quilombolas nesses lares era de 2,7 pessoas.
PB é UF com maior presença de não quilombolas em territórios oficialmente delimitados
A Paraíba apresentou o maior percentual (51,6%) do país de residentes não quilombolas em territórios quilombolas oficialmente delimitados. Segundo o Censo 2022, dentro dessas áreas, havia 6.026 pessoas residindo, das quais 2.918 (48,4%) eram quilombolas, ao passo que 3.108 (51,6%) não eram. A operação considerou como oficialmente delimitados aqueles territórios que,no dia 31 de julho de 2022, tinham alguma delimitação formal no acervo fundiário do Incra ou dos órgãos com competências fundiárias nos estados e municípios.