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Marcação e Baía da Traição estão entre os municípios com as maiores proporções de pessoas indígenas do país

Os resultados do Censo 2022 indicam que houve aumento de aproximadamente 20,4% no total da população indígena no estado

A população indígena residente na Paraíba é de 30.140 pessoas, de acordo com os Primeiros Resultados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta segunda-feira (7), pelo IBGE. No total de habitantes do estado, esse grupo representa cerca de 0,8%.

Na comparação com 2010, os resultados do Censo 2022 indicam que houve aumento de aproximadamente 20,4% no total da população indígena no estado, que passou de 25.043 para 30.140, um crescimento absoluto de 5.097 pessoas.

No Brasil, as 1.693.535 pessoas que se declararam assim representavam 1,8% do total da população do país. Para a pesquisa, foram considerados como indígenas todos aqueles que se identificaram como tal durante a aplicação do questionário.

Em 166 municípios, dos 223 existentes no estado, pelo menos um morador se declarou indígena, seja no quesito cor ou raça ou na pergunta de cobertura “você se considera indígena?”. Essa segunda questão só era aberta após a primeira, em localidades indígenas previamente identificadas, caso a pessoa houvesse respondido que se identificava com outra cor ou raça, ou seja, branca, preta, parda ou amarela.

Situados no Litoral Norte, os municípios paraibanos que apresentaram os maiores contingentes de indígenas foram: Baía da Traição, com 7.992; Marcação, com 7.926; e Rio Tinto, com 6.175. Em seguida, estão: João Pessoa, com 2.809; Mataraca, com 1 mil; e Conde, com 548.

No cenário nacional, Marcação e Baía da Traição também se destacam, como, respectivamente, o 6º e o 7º municípios com as maiores presenças relativas de pessoas indígenas no total da população. No primeiro caso, essa proporção era de 88,08% e, no segundo, de 86,64%. Em seguida, no ranking paraibano, estavam Rio Tinto (25,12%), Mataraca (12,13%) e Conde (1,99%). Em João Pessoa, por sua vez, a proporção foi de 0,34%.

Em relação aos domicílios particulares permanentes ocupados, a pesquisa aponta que, na Paraíba, havia cerca 12,1 mil em que pelo menos um morador se declarou indígena. Nessas residências, a média de moradores era de 3,2 pessoas, acima do indicador geral estadual (2,9). Por outro lado, a média de moradores indígenas nesses lares era de 2,5 pessoas. Os domicílios classificados como particulares permanentes ocupados são aqueles que foram construídos especificamente para servirem como moradia e que, na data de referência da pesquisa, tinham alguém residindo no espaço.

Na comparação com 2010, os resultados do Censo 2022 indicam que houve aumento de aproximadamente 20,4% no total da população indígena no estado, que passou de 25.043 para 30.140, um crescimento absoluto de 5.097 pessoas. Essa expansão do contingente foi observada em 113 municípios paraibanos, ou seja, pouco mais da metade dos 223 (50,7%). Além disso, houve uma leve alta na participação desse grupo no total da população do estado que, no primeiro levantamento, era de 0,7% e, no mais recente, foi de 0,8%.

Ao avaliar a série histórica, a publicação ressalta que as inovações adotadas de um Censo para o outro, como melhorias e atualizações nos questionários, podem ter contribuído parcialmente para esse aumento. No entanto, a dimensão demográfica da alta poderá ser mais bem compreendida a partir de futuras divulgações, com a divulgação de outras variáveis e temas, como sexo, idade, etnia, fecundidade, fertilidade e migração.

Mais de 60% dos indígenas na PB moram em Terras Indígenas

Dos 30,1 mil indígenas residentes na Paraíba, cerca de 19 mil moram em Terras Indígenas, segundo o Censo Demográfico 2022. O número representa 63,2% da população indígena do estado e está bem acima das médias nacional (36,7%) e do Nordeste (24,6%). O levantamento considerou como Terras Indígenas aquelas que, conforme a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), tinham o status de declaradas, homologadas ou regularizadas, no dia 31 de julho do último ano.

Clóvis Gaião

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