Uma informação trazida ontem pelo ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), gera preocupação para motoristas que trafegam pelas rodovias federais no estado da Paraíba. Em tom de naturalidade ele revelou a intenção de entregar a iniciativa privada a operacionalização e manutenção das BR-230 e BR 101 nos trechos da Paraíba e em outros trechos no Nordeste.
A sinalização do ministro preocupa e preocupa também o silêncio retumbante da bancada federal sobre tal iniciativa que ocasionaria os “famosos pedágios” que cobram um preço “salgado” pela passagem de veículos de pequeno, médio e grandes portes. O ministro do MDB terá o mesmo empenho para criar pedágios em seu estado, as Alagoas?
Primeiro porque ocasionaria prejuízo ao próprio potencial logístico e turístico da Paraíba, grande rotas rodoviárias de transporte logístico que liga o Nordeste ao Centro Oeste, Sul, Sudeste e Norte e aos cidadãos que trafegam regularmente nas rodovias. Estradas federais que ainda que pessem problemas pontuais, como na BR-101 trecho para o Rio Grande do Norte e a BR-412 praça do Meio do Mundo podem ser revolvidos com o mínimo de prioridade do DNIT e os impostos federais como o IPVA.
Segundo pelo fato da Paraíba possuir uma das melhores malhas rodoviárias do País, principalmente as rodovias estaduais, sem nunca ter tido pedágio e depois, e não menos importante, ver o Governo Federal investir quase meio bilhão de reais em em recursos públicos na triplicação da BR-230 e melhorias na BR-101, sentido litoral Norte até a fronteira com o Rio Grande do Norte.
O argumento do ministro Renan Filho que os pedágios teriam valores mais “baratos”, já que a concessão aconteceria após os investimentos públicos nas melhorias não se sustenta, até porque nenhuma empresa operacionalizaria com prejuízos por mais de um ano e sem a perspectiva de em pouco tempo cobrir os investimentos realizados para prestação do serviço e pela manutenção da qualidade das estradas.
Em outros estados como o Rio de Janiero e São Paulo, o que se vê, são dezenas de pedágios com preços que variam de R$ 18 a R$ 20 reais carro e R$ 30 a R$ 32 caminhões por trecho na Via Dutra. Os pedágios que ligam o Rio de Janeiro a Cabo Frio, com barreiras indo e vindo, ocasiona um aumento significativo de cerca de R$ 35 reais por viagem. E quem precisa fazer o trajeto diariamente como fretista ou motoristas profissionais sentem no bolso.
Enfim, essa é uma proposta descabida e desproposital, principalmente partindo de um governo e um presidente com base socialista e que não pode perder sua essencia, já que não tinha em seu plano de governo a ação de privatizar estradas federais. Essa é uma medida desproposital e merece uma atenção e ação efetiva da bancada federal da Paraíba.