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Percentual das populações preta e parda cresce na Paraíba, entre 2010 e 2022

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE traz a público, nesta quinta-feira (21), mais uma divulgação temática, com resultados do Censo Demográfico 2022 sobre o pertencimento étnico-racial das pessoas residentes no país. Na Paraíba, o percentual da população que se autodeclarava preta cresceu de 5,65%, em 2010, para 7,96%, em 2022. Já a proporção dos que se consideravam pardos, maior parcela da população paraibana, aumentou de 52,74% para 55,55%.

Ao analisar os últimos quatro censos demográficos, observa-se uma diminuição do percentual da população parda e branca, que representavam 59,91% e 36,40%, em 1991, respectivamente, e 55,55% e 35,72%, em 2022. A população preta teve aumento percentual de 144%, passando de 3,26%, em 1991, para 7,96%, em 2022. Já a população indígena, apresentou crescimento de participação de 433%, entre 2010 (0,12%) e 2022 (0,64%).

Em relação às unidades da federação, a Paraíba ocupa a 16ª posição em peso relativo da população residente branca (35,7%); 20ª posição da população preta (8,0%); e 15ª posição para a população parda (55,6%). A população parda é predominante em 22 das 27 unidades da federação brasileira. Apenas os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro têm população predominantemente branca.


A população indígena representava, em 2022, 0,64% dos residentes na Paraíba, com 25.478 pessoas pertencentes a essa raça/cor. Os municípios do estado com maior percentual de pessoas que se autodeclararam indígenas são: Marcação (81,4%), Baía da Traição (76,6%), Rio Tinto (17,3%), Mataraca (7,0%) e Conde (1,8%). Em números absolutos de pessoas indígenas, observa-se uma mudança nesse ranking, com Marcação (7.325), Baía da Traição (7.063), Rio Tinto (4.248) e João Pessoa (2.557), seguidos pelos municípios de Mataraca (573) e Conde (492). A população indígena teve um crescimento percentual no estado, passando de 0,52%, em 2010, para 0,64%, em 2022.

O estado apresentava, em 2022, 55,55% da população parda, seguida pela branca (35,72%), preta (7,96%), indígena (0,64%) e amarela (0,12%). A predominância mais elevada da população parda foi observada no município de Santana de Mangueira (72,1%), seguido por Cacimbas (71,9%) e Riacho de Santo Antônio (70,3%).

Apenas 6 municípios, dos 223 da Paraíba, não tinham população predominantemente parda. Em Marcação e Baía da Traição, preponderava a população indígena, com 81,4% e 76,6%, respectivamente. Em quatro outros municípios, tivemos a predominância dos que se autodeclararam brancos: Carrapateira (61,0%), Várzea (48,6%), Parari (48,6%) e Coxixola (46,8%). Em relação à população preta, temos as maiores proporções nos municípios de Conde (16,6%), São Domingos (15,9%) e Pitimbu (14,9%).

Mais mulheres se autodeclararam brancas e pardas

Segundo o sexo, o Censo Demográfico 2022 demonstrou que, na Paraíba, mais mulheres (18,8%) do que homens (16,9%) se autodeclararam como pessoas brancas. Os números se invertem para a cor/raça preta, com mais homens (4,2%) do que mulheres (3,8%) se autodeclarando como pessoas pretas. Para os que se autodeclararam pardos, obteve-se um maior percentual de mulheres (28,7%) que de homens (26,9%). Em 2010, já ocorria a mesma tendência para essas raças/cores no estado.

População preta paraibana tem o terceiro maior índice de envelhecimento do país

De acordo com os resultados do Censo 2022, o índice de envelhecimento da população preta na Paraíba foi de 146,3, acima da média nordestina (106,6) e da brasileira (108,3), sendo o 3º maior entre as unidades da federação, atrás apenas dos índices observados para esse grupo étnico-racial no Rio Grande do Norte (158,5) e no Ceará (168,3). O índice de envelhecimento representa o número de pessoas com 60 anos ou mais de idade em relação a um grupo de 100 pessoas de até 14 anos de idade. Assim, quanto maior for esse índice, mais envelhecida é a população.
Na Paraíba, cujo índice médio de envelhecimento foi de 74,41, os demais grupos étnico-raciais apresentaram, em ordem decrescente, os seguintes índices de envelhecimento: 91,59 (amarela), 77,89 (branca), 66,44 (parda) e 41,27 (indígena). No Brasil, o maior índice de envelhecimento foi o da população amarela (256,5). Na comparação com 2010, todos os grupos apresentaram elevado crescimento em seus respectivos índices de envelhecimento, tanto no nível estadual como nos níveis regional e nacional.


Outro indicador que evidencia o envelhecimento da população é a idade mediana que, na Paraíba, passou de 28, em 2010, para 34, em 2022. A idade mediana consiste na medida separatriz que utiliza o critério de idade para dividir a população em duas partes iguais, ou seja, a metade mais jovem e a metade mais velha. A análise da idade mediana por cor ou raça mostra que, na Paraíba, a idade mediana mais elevada é a da população preta (39), seguida da amarela (35), da branca (34), da parda (33) e da indígena (29).

Clóvis Gaião

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