O governador João Azevêdo e os ministros Jader Filho (Cidades) e Wellington Dias (Assistência Social), além do presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, entregaram, no início da tarde desta terça-feira (30), em Patos, no Sertão paraibano, os residenciais São Judas Tadeu 1 e 2, beneficiando 856 famílias com renda mensal bruta de até R$ 1,8 mil.
Ao todo, foram investidos R$ 81,5 milhões para a construção do empreendimento, que possui 856 apartamentos — são 47 blocos de apartamentos com oito unidades habitacionais e outros 30 blocos com 16 unidades habitacionais. Os recursos são oriundos de parceria entre o Governo da Paraíba e o Governo Federal, por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida.
O governador João Azevêdo externou sentimento de alegria pela entrega do residencial, principalmente pelos benefícios sociais da obra. “Costumo dizer que a casa é muito mais que uma obra de engenharia, não existe obra melhor de entregar do que habitação. Quando a gente entrega uma casa, a gente entrega um local de proteção, aquele local em que você vai proteger a sua família, aquele local para onde você vai voltar no fim do dia, se reenergizar e voltar para a batalha novamente. Habitação é fundamental”, afirmou.
“A boa relação institucional está permitindo que a Paraíba viva muitos momentos bons, como este com a entrega do Residencial São Judas Tadeu. Esta obra estava parada, e a gente decidiu retomá-la, por meio de uma parceria com o Governo Federal, com uma contrapartida do Governo da Paraíba de R$ 10 bilhões. A grande maioria é beneficiária do Bolsa Família e do BPC, e já estão com seus apartamentos quitados, não vão pagar mensalidade. Isso é extraordinário, é cuidar de quem verdadeiramente precisa”, enfatizou o chefe do Executivo estadual.
Já o ministro de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou que a pasta vem trabalhando para aqueles que mais precisam. “Aqui, por exemplo, a prioridade é quem mais precisa, e isso nos alegra muito. O grande objetivo é que a gente possa cada vez mais alcançar essas pessoas”, ressaltou.
O ministro das Cidades, Jader Filho, evidenciou que a entrega de obras como o Residencial São Judas Tadeu fortalece o Pacto Federativo, orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Primeiramente, é uma alegria muito grande estar aqui, na Paraíba. O presidente Lula tem falado muito sobre a retomada do Pacto Federativo, e é isso que estamos fazendo aqui, sempre aliado aos prefeitos, aos nossos governadores, como é o caso do governador João Azevêdo. Vamos continuar unidos para fazer com que programas como o Minha Casa, Minha Vida possam atender e realizar o sonho da casa própria”, comentou.
O prefeito de Patos, Nabor Wanderley, também externou sentimento de alegria por uma obra desse porte beneficiar a população do município. “A retomada do Programa Minha Casa, Minha Vida é fundamental para garantir dignidade às famílias, e nada mais representa essa dignidade do que ter um teto para morar, ter uma casa onde a gente possa viver com a nossa família”, disse, agradecendo a parceria com o Governo da Paraíba e também com o Governo Federal.
A presidente da Companhia Estadual de Habitação Popular (Cehap), Emília Correia Lima, disse que a entrega do Residencial São Judas Tadeu é a vitória de uma grande luta. “A retomada do Programa Minha Casa, Minha Vida é a grande responsável por esse grande momento. E a entrega dessas chaves a essas famílias é a superação dos problemas que enfrentamos. São apartamentos com todo o conforto, com toda a dignidade, representando toda a evolução na construção de casas populares, que têm evoluído a olhos vistos”, disse.
O deputado federal Hugo Motta, por sua vez, disse que a contrapartida do Governo da Paraíba foi fundamental para que as obras do Residencial São Judas Tadeu fossem retomadas. “Após três anos de muita luta, conseguimos um reajuste, e cabia ao Governo do Estado depositar, naquele momento, a contrapartida de quase R$ 10 milhões. Levamos a demanda ao governador João Azevêdo, que disse que não deixaria a cidade de Patos perder um investimento como este”, contou.
Dignidade conquistada — As 856 famílias contempladas realizaram muito mais que o sonho da casa própria, saindo do aluguel e deixando para trás algumas situações incômodas, como ter de morar na casa de parentes. Elas conquistaram dignidade.
A dona de casa Vera Lúcia Ferreira, de 31 anos, representa uma das cinco famílias que, de forma simbólica, recebeu as chaves. Até esse momento de bênção, como ela ressalta, foram muitos os de dificuldades. “Nesse tempo, em que eu paguei aluguel, a fase mais difícil foi a chegada da minha filha Wictória, de 8 anos. A situação financeira ficou muito difícil, com o desemprego, e eu tive de trocar a casa onde a gente morava por uma mais barata, mas com bem menos conforto pra minha filha. Agradeço demais a Deus esse momento”, contou, ao lado do marido, que também comemora a conquista da casa própria.
Dos 34 anos de idade, a dona de casa Simone Cordeiro tem quase duas décadas pagando aluguel. Ao longo desse tempo, foram muitas as vezes em que a situação financeira, já difícil, se agravava ainda mais. “Recentemente, eu estava morando em um barraco, porque a gente já estava sem condições de pagar por um local melhor. Por isso, hoje é um dia de muita felicidade, que finalmente vou morar no que é meu”, disse a mãe de três filhos, incluindo um bebê de seis meses.
História muito parecida é a da revendedora de cosméticos Luciene Araújo, de 49 anos. Morar de aluguel ou de favor é um capítulo de sua vida que agora ela deixa para trás. “Assim que me casei, morei 14 anos de favor numa casa da sogra. Depois que me separei, passei a pagar aluguel — na última casa, dividia com a minha filha pra não ficar muito pesado. Agradeço demais a Deus essa conquista, que é morar no que é meu a partir de hoje”, disse.
As unidades habitacionais, com 44 m² de área útil, obedecendo às especificações mínimas exigidas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, possuem dois quartos, sala/estar, cozinha/área de serviço e banheiro. Além disso, 43 unidades já são adaptados e os demais adaptáveis aos itens de acessibilidade vigentes nas normas brasileiras e normativos do programa.
São 856 vagas de garagem de uso comum, sendo 43 vagas para PCD (pessoa com deficiência). A infraestrutura básica dos residenciais contempla rede de abastecimento d’água, rede de esgotamento sanitário, rede de energia elétrica, drenagem de águas pluviais e pavimentação em paralelepípedo.