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Juiz e advogados são alvos de operação que investiga manipulação de decisões judiciais na Paraíba

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e a Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa (CCrimp), órgãos do Ministério Público da Paraiba e a  Polícia Civil da Paraíba, deflagraram, na manhã desta quarta-feira (11/12), a Operação Retomada.

O juiz Glauco Coutinho Marques, da Comarca de Gurinhém, no Agreste da Paraíba, foi afastado das funções. Ele é alvo nesta quarta-feira (11) da Operação Retomada, do Ministério Público da Paraíba, que mira a suspeita de manipulação de decisões judiciais.Três advogados também são investigados pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). De acordo com o Blog Pleno Poder, são eles: Guilherme Queiroz e Silva Filho, Sulpício Moreira Pimentel Neto e Hadassa Brito Pimentel.

A ação visa cumprir mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba, no contexto de uma investigação que apura graves indícios de manipulação de decisões judiciais em prejuízo de instituições financeiras e, principalmente, de idosos.

A investigação aponta uma atuação sistemática e articulada da organização criminosa, envolvendo até agora um juiz de direito e três advogados, com a finalidade de obter ganhos ilícitos. Tais práticas não apenas lesam diretamente os direitos de pessoas idosas, muitas vezes vulneráveis, mas também desestabilizam a confiança no sistema financeiro e judicial, causando impactos negativos em larga escala.

De acordo com as investigações, associações fraudulentas, como a Interativa Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e a Associação de Assistência aos Aposentados e Pensionistas, ajuizaram ações coletivas na Comarca de Gurinhém, que não possui qualquer vínculo com os supostos associados, residentes em diferentes Estados do país. O objetivo dessas ações era obter vantagens ilícitas, manipulando o sistema judicial e causando prejuízo significativo tanto aos idosos quanto ao sistema financeiro.

No caso da Interativa Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, as ações judiciais buscavam a suspensão de descontos de empréstimos consignados diretamente nas folhas de pagamento de servidores públicos, permitindo a liberação da margem consignável para novos empréstimos de forma indevida. Já a Associação de Assistência aos Aposentados e Pensionistas simulava a homologação de descontos em folha sob a falsa justificativa de contribuição associativa, utilizando acordos fraudulentos com idosos que, em sua maioria, não tinham ciência ou compreensão das implicações desses atos.

Estão sendo cumpridos cinco mandados judiciais de busca e apreensão em residências dos investigados e no Fórum da Comarca de Gurinhém. A operação contou com a participação de sete promotores de Justiça, 21 agentes do Gaeco e 20 policiais civis. O Ministério Público reitera seu compromisso em proteger os direitos dos cidadãos, especialmente os mais vulneráveis, e em garantir que atos de corrupção e manipulação não permaneçam impunes.

Clóvis Gaião

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