A declaração óbvia do governador João Azevêdo (PSB) de que em ele sendo candidato a Senador, o vice Lucas Ribeiro seria o candidato natural em 2026 por assumir o Governo, mexeu com os ânimos do deputado Adriano Galdino (Republicanos). Em uma entrevista em uma rádio poucas horas após a declaração e no calor da emoção, o presidente da ALPB desabafou e repudiou publicamente o governador.
Adriano, aliás, já vinha demonstrando descontentamento com João Azevêdo, após não ter tido o apoio esperado dentro da base do governo desde que se lançou candidato a governador.
Adriano Galdino se adiantou ao colocar seu nome na disputa pelo governo do Estado em um grande evento em Pocinhos. Como presidente da ALPB e com uma liderança forte entre os deputados vê que tem tamanho político para essa empreitada. E colocou o seu bloco na rua, assim como fez Efraim na eleição para o Senado em 2022.
Algumas semanas depois vem a declaração do governador de que o “Plano A” é ser candidato ao Senado, o que gerou uma nota de repúdio e um desabafo de Adriano de que João Azevêdo se precipitou e não discutiu com os deputados e lideranças e que o desrespeitou como pré candidato ao governo.
Ora, mas o direito de Galdino colocar seu nome para o Palácio da Redenção, sem uma ampla discussão na base, não deveria ser o mesmo do governador ser candidato ao Senado? Alguém duvida da liderança de João em todo Estado e da sua viabilidade eleitoral.
Diante de uma resposta óbvia, é tambem natural que os grandes partidos da base governista como Republicanos, PP e PSB coloquem seus nomes para a composição majoritária e em especial ao Governo. A própria oposição já tem vários nomes colocados na mesa como Efraim Filho (União), Pedro Cunha Lima (PSDB) e Romero Rodrigues (Podemos).
Até porque os nomes devem ser apresentados pelos partidos para que os líderes decidam a melhor estratégia para a continuidade de um projeto político. Que na minha visão vem dando muito certo na Paraíba e como pode ser atestado por todos com o anúncio de mais de R$ 11 bilhões em obras nos próximos dois anos. Resultados que credenciam o governador João na disputa ao Senado e o tornam o maior cabo eleitoral para eleições de 2026.
Enquanto isso, a oposição, que carece de um discurso e conteúdo para um debate eleitoral, assiste tudo de camarote e paquera com Adriano Galdino que parece retribuir com carinho os flertes.
A impressão que tenho é que na política a verdade incomoda e as decisões dificilmente agradarão a todos os atores políticos. E que essa antecipação do debate político é prejudicial para o governo do Estado, para a Assembleia e, principalmente, para os Paraibanos que nunca estiveram tão esperançosos, confiantes e orgulhosos de serem Paraibanos. Esse embate entre João e Adriano só interessa a oposição!