Jovens de diversas regiões participaram da imersão criativa com foco em roteiros cinematográficos
O município de Matureia (PB) foi palco de mais uma edição do Laboratório Jabre, projeto que há 14 anos tem contribuído para a interiorização do audiovisual e a revelação de novos talentos no cinema paraibano. A atividade ocorreu no Casarão do Jabre, coordenado por Dalvanete Rodrigues, espaço que se tornou referência na região pela vista privilegiada para o Pico do Jabre, ponto mais alto do estado, e pela realização de atividades com foco no audiovisual.
Nesta edição, o laboratório reuniu dez jovens de diferentes localidades paraibanas — como Junco do Seridó, Cuité, Catolé do Rocha, Malta, Sumé, Salgadinho, Boqueirão e João Pessoa — além da cidade potiguar de Canguaretama. A diversidade geográfica se refletiu na variedade de temas abordados nos roteiros desenvolvidos, com destaque para narrativas sobre rezadeiras (conhecimento e medicina popular ancestral), gênero e sexualidade, educação, história política e questões geracionais.
Idealizador e coordenador do Laboratório Jabre, o cineasta paraibano Torquato Joel destacou a amplitude conquistada pelo projeto nesta edição. “Tivemos um número expressivo de inscritos vindos de cidades que ainda não haviam sido contempladas em edições anteriores. Percebemos também uma qualificação crescente nos argumentos apresentados e um rendimento excepcional dos participantes na produção dos roteiros”, afirmou.
Na culminância do Jabre, os próprios participantes elegem os roteiros vencedores da edição. Júnior Fernandes, de Catolé do Rocha, conquistou o primeiro lugar com o roteiro intitulado “Nó”. A obra conta a história de José, um caminhoneiro viúvo de 80 anos que enfrenta problemas de saúde e o desprezo da própria família. “O laboratório não é apenas um espaço de formação, é também um lugar de encontro, de troca e descoberta. Foi uma experiência transformadora que fortaleceu meu desejo de contar histórias e me sentir parte do mundo do audiovisual”, relatou o jovem roteirista.
O segundo lugar ficou com Maria Israela, de Boqueirão, que celebrou sua primeira experiência como roteirista: “Sou atriz e nunca tinha levado meus textos adiante. O acolhimento que recebi e a energia do lugar me permitiram criar sem medo de errar. Saio muito grata e animada com os próximos passos”. O terceiro colocado desta edição do Jabre foi Ivo Fernandes, da cidade de Salgadinho.
A edição 2025 do Laboratório Jabre é uma realização do Casarão do Jabre, com apoio da Agência Referência, do Centro Estadual de Arte (Cearte), Governo do Estado da Paraíba e da Secretaria Estadual de Educação.