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Historiador Jair Silva Ferreira emite Nota de Repúdio Contra o mandato da vereadora Jô Oliveira

Em direito de resposta a matéria divulgada neste blog de que os  Comitês Estadual e Municipal de Campina Grande, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na Paraíba divulgaram, de forma conjunta, no dia 14 de novembro ,uma nota de desagravo em solidariedade à vereadora Jô Oliveira (PCdoB), da Câmara Municipal de Campina Grande (CMCG) contra um representante do Movimento Negro de Campina Grande.

Diante da solicitação do direito de resposta do historiador e integrante do Movimento Negro e Campina Grande, o blog abre espaço para seu Direito de Resposta conforme nota abaixo:

“Durante sua campanha para Vereadora usou a pauta antirracista do Movimento Negro Brasileiro
para pedir votos e, assim, acabou conquistando um mandato dizendo que seria a voz em defesa dos
oprimidos e da promoção da igualdade racial na Câmara Municipal de Vereadores de Campina Grande.
Infelizmente, nós do MNCG, estamos esperando que esse seu discurso seja posto em prática com relação
ao fortalecimento do Seminário Agosto Para Igualdade Racial que completou 12 anos de luta contra o
racismo estrutural nas escolas públicas, comunidades quilombolas e universidades, mas que nunca mereceu por parte dos poderes públicos apoio financeiro e essa falta de suporte vem inviabilizando a realização do Agosto Negro que na edição desse ano precisou fazer uma campanha no Programa Diversidade da Rede Ita e Hora do Povo da TV Borborema.

Mesmo sabendo dessas dificuldades que passamos para organizar o Agosto Negro,
lamentavelmente, seu mandato omisso e covarde nunca subiu à tribuna da “Casa de Félix Araújo” para
solicitar apoio da Prefeitura e governo estadual no sentido de garantir a construção desse Seminário
comprometido com a luta contra o genocídio da juventude negra e implementação das Leis 10.639\03 e
11.645\08 no currículo escolar da Rede Estadual de Ensino. Como se não bastasse todo esse descaso com
as bandeiras do Movimento Negro, notamos seu comportamento político inadequado, vergonhoso e
inaceitável para uma Vereadora que usa suas redes sociais para dizer que é antirracista e, ao mesmo tempo, trata com total indiferença e desprezo um projeto de lei que construímos em 2021 com seu gabinete para colocar o Seminário Agosto Para Igualdade Racial no calendário de eventos do município. Depois de dois anos esse projeto nunca foi para votação. Pasmem!

Não foi porque lhe falta espírito público e vontade política para esse projeto ser votado e quem sabe
aprovado para que possamos descolonizar essa cidade tão racista e desumana para população negra das
favelas e periferias. Também é triste sabermos que sua atuação como representante do povo não faça o
devido reconhecimento público do importante papel que nossa militância teve na criação da Medalha
Arnaldo França Xavier, ajudando seu mandato a ser mais inclusivo e compromissado com a luta pela
superação das desigualdades raciais.

São por esses motivos que não quis sua homenagem e por entender que se Arnaldo França Xavier estivesse vivo teria uma imensa vergonha dessas atitudes e sentiria repulsa por saber que houve uma verdadeira banalização da própria entrega da medalha que leva o nome desse poeta transnegressor, dramaturgo, escritor, compositor e roteirista campinense.

Portanto, vamos continuar pressionando e denunciando na imprensa a sua falta de compromisso com as demandas do MNCG para que seu discurso seja realmente coerente, ético e respeitoso com a nossa trajetória, pois não podemos admitir que essa justa reivindicação feita em reunião com a parlamentar do PCdoB caia no esquecimento”.

Jair Silva Ferreira-Historiador e Militante do Movimento Negro de Campina Grande.

Clóvis Gaião

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